Video game sem tiros nem monstros

Cerca de 20 milhões de pessoas pelo mundo afora cultivam uma fazendinha virtual, plantando colhendo e chamando amigos para brincar junto, é um jogo que acontece em tempo real entre pessoas que podem estar em qualquer ponto do planeta cadastrados no Facebook.

Enquanto as alterações climáticas estão causando desastres globais, milhões de agricultores possuem suas lavouras protegidas destes efeitos nefastos, os fazendeiros da Farm Ville trabalham em colaboração fertilizando colheitas e alimentando as galinhas uns dos outros. Os vizinhos fazem mutirão para construir celeiros maiores, visitar e receber visitas em sua fazendas e todos sempre ganham experiência e dinheiro para consumir objetos de decoração rural ou comprar novas sementes para suas próximas colheitas.

A empresa que criou este joguinho, a  Zynga Game Network, além de lançar sempre novos temas para os fazendeiros manterem seu interesse, também tem um link com a vida real, vendendo sementes para ajudar as vítimas do Haiti ou integrando o jogo com grandes redes de varejo dos EUA como  o 7-Elevem e a empresa de produtos orgânicos Cascadiam Farm.

Agora com a popularização da banda larga e o sucesso das redes sociais aconteceu uma expansão destes “jogos sociais” com novos formatos e novas idéias, e a Farm Ville é um dos primeiros fenômenos desta nova Era, um jogo humanista, colaborativo e super ecológico, neste simulador de vida campestre todos podem expandir suas terras sem incomodar a vizinhança, cada animal parece vivo, se movimenta pela fazenda e cada árvore tem seu tempo de frutificar.

Formada por 60% de mulheres na faixa entre 20 e 40 anos, a “fazendinha”, como é carinhosamente chamada, demanda entre 10 a 15 minutos diários de dedicação, mas pode se tornar um vício com muita gente passando várias horas remontando cada capinzinho de suas terras, mas quem tiver pressa e quiser crescer rapidamente, basta passar o cartão de crédito e se tornar instantaneamente um grande latifundiário virtual.

Luiz Pryzant